1-Wicca- Origem
- Vallentin
- 2 de out. de 2017
- 6 min de leitura
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Em 1951, na Inglaterra, as últimas leis contra a bruxaria foram finalmente revogadas. Isso limpou o caminho para que as próprias bruxas falassem. Em 1954, Dr. Gerald Brousseau Gardner, em seu livro Withcraft Today, disse, com efeito: “o que Margaret Murray teorizou é verdade. A bruxaria foi uma religião e de fato ainda é. Eu sei, porque sou um bruxo”. Ele contou como a Arte ainda estava viva, embora oculta. Foi o primeiro a contar a versão das bruxas da história. Na época em que escrevia seu trabalho, parecia-lhe que a Arte estava declinando, e talvez apenas se mantinha por um fio. Ficou bastante surpreso quando, como resultado da circulação de seus livros, começou a receber notícias de muitos covens da Europa, todos ainda praticando suas crenças.
Por algum tempo, Gerald Gardner foi a única voz falando pela Arte. Ele clamava ter sido iniciado em um coven inglês, perto de Cristchurch, logo antes do início da Segunda Guerra Mundial. Estava excitado sobre o que encontrou. Ele havia passado toda a sua vida estudando a magia religiosa e agora era parte dela.
Com base em seus próprios estudos de religião e magia, Gardner sentia que o que ele encontrou como sendo os remanescentes da bruxaria estava incompleto e, em certas partes, incorreto. Por milênios a Antiga Religião havia sido puramente uma tradição oral. Somente com o advento das perseguições, com a separação dos covens e a resultante perda de intercomunicação, que alguma coisa começou a ser escrita.
Naquela época, quando as bruxas tinham que se reunir nas sombras, os rituais foram finalmente escritos no que se tornou conhecido como O Livro das Sombras. O livro era copiado e re-copiado à medida que passava, através dos anos, de um líder de coven para outro. É natural que houvesse erros. Gardner pegou os rituais do coven ao qual pertencia – um grupo basicamente inglês/celta – e os reescreveu conforme sentia que deveriam ter sido. Essa forma então se tornou conhecida como “Bruxaria Gardneriana”.
(PP, 22 – 23)
{BUCKLAND, Raymond. O Livro Completo de Bruxaria do Buckland. São Paulo: Gaia, 2003.}
Após anos de viagens pela Europa e Ásia menor, retornou a Inglaterra onde teve contato com um grupo de pessoas que tinham praticas parecidas com as dele, e reconheceu como Bruxaria.
Após este encontro ele começou a formalizar e juntar alguns conhecimentos e começou e definir um padrão, como chamamos hoje de RELIGIÂO WICCA.
Para a Wicca ser reconhecida com religião, ela teve que criar princípios, unificar algumas crenças, definir mistérios e filosofia, estruturando assim as práticas que já sofriam influência do paganismo que sempre foi muito forte na Inglaterra. Neste processo, lógico que ele teve ajuda de grandes nomes que estarei deixando logo abaixo.
Então caro leitor, quando vier a pergunta sobre o que é Wicca, temos em mente que é Bruxaria Inglesa, onde Gerald Gardner juntou elementos do paganismo que já era muito forte.
Obviamente o que Gardner recriou não é nem nunca será algo que represente em totalidade e precisão tudo aquilo que pode ser considerado como bruxaria, mas a religião originada por seus ensinamentos é sem dúvida uma peça extremamente importante, adequada e representativa da bruxaria em suas várias nuances. Com isso ele favoreceu também o ressurgimento no ocidente das doutrinas religiosas com foco na terra e de inclinação matriarcal ou igualitária, ditas pagãs.
Tudo começou a partir do momento em que Gardner após ter escrito um livro de ficção sobre as bruxas intitulado “O Apoio da Alta Magia” (High Magic’s Aid) aproveitou o recebimento de autorização para escrever a parte exotérica do conhecimento e práticas do grupo em que foi treinado e a quebra da ultima lei contra bruxaria na Inglaterra para escrever um livro não-ficcional chamado “A Bruxaria Hoje”(Witchcraft Today) e posteriormente o livro “O Significado da Bruxaria”(The Meaning of Witchcraft), onde afirmava não apenas que a bruxaria era real e havia sobrevivido às perseguições, como também que ele era um bruxo e haviam muitos outros.
Ao fazer isso Gerald propiciou a abertura de portas para que outros praticantes de bruxaria pudessem vir à tona e divulgar seus núcleos e trabalhos religiosos. Com essa divulgação ocorreram alguns conflitos ideológicos entre Gardner e seu grupo, que, além de preferir manter-se no anonimato possuíam crenças, práticas e ensinamentos que Gardner considerava incompletos e que, portanto, deveriam ser preenchidos para que tal crença não se perdesse ainda mais.
Assim, ele saiu do antigo e fundou seu próprio grupo iniciando um processo de recriação, complemento e estruturação de tudo aquilo que ele considerava útil e necessário ao sistema mágico-religioso em que havia sido treinado. Com a ajuda de Doreen Valiente (uma poetisa e ocultista também inglesa), ele pôde finalmente criar um sistema religioso completo, com crenças enraizadas em culturas e povos pagãos europeus (principalmente os celtas), com práticas funcionais utilizando o vasto conhecimento de ambos não só teórico como prático principalmente em ordens ocultistas e por fim gerando um escopo doutrinário com graus hierárquicos, ritos, regras de conduta e etc., todos devidamente registrados em um livro que é reescrito por cada membro treinado ao longo dos anos.
É essa estrutura formada por Gardner na década de 50 que recebeu o nome de Wicca (posteriormente “Wicca Gardneriana”) e tornou-se uma religião conhecida em todo o mundo com um crescente número de adeptos.
Quando a Wicca veio a público pela primeira vez no início dos anos 50 através dos esforços de Gerald Gardner, ela foi retratada como remanescente do antigo culto de fertilidade europeu. Os praticantes se referem à Wicca como a Antiga Religião. Ela também era conhecida como a Arte dos Sábios. Superficialmente a Wicca moderna parece ser um sistema folclórico de magia tradicional.
Os Wiccanos modernos diferem completamente se a Wicca é a sobrevivente da Antiga Religião, uma reconstrução moderna, ou uma religião inteiramente nova. A maioria concorda que a religião é, pelo menos, construída sobre os temas antigos, crenças e práticas de natureza pré-cristã. Outros são inflexíveis de que nada semelhante à Wicca moderna alguma vez existiu. Qualquer que possa ser a verdade é claro que a Wicca foi influenciada ao longo do caminho, pelos ensinamentos Maçônicos, Herméticos e Cabalistas. Assim como várias doutrinas do Ocultismo Ocidental e do Misticismo Oriental.
(p. 294)
{GRIMASSI, Raven. Enciclopédia de Wicca e Bruxaria. São Paulo: Gaia, 2004.}
Neste livro, o Dr. Gardner afirma ter encontrado em várias partes da Inglaterra grupos de pessoas que ainda praticam os mesmos ritos das chamadas “bruxas” da Idade Média; declara também que os ritos são uma verdadeira sobrevivência e não um mero renascimento copiado de livros.
(p. 19; Introdução por Dra. Margaret Murray)
Muitos livros foram escritos sobre bruxaria. Os primeiro foram, na maioria, propaganda escrita pelas igrejas para desencorajar e assustar as pessoas que tivessem conexão com o que para eles era um odiado rival – pois a bruxaria é uma religião. Mais tarde, apareceram livros empenhados em provar que esses ritos jamais existiram. Alguns desses livros podem ter sido inspirados ou mesmo escritos pelas próprias bruxas. Depois, muitos livros trataram a bruxaria de maneira científica, com autores como a Dra. Margaret Murray, R. Trevor Davis, Christine Hoyle, Arne Runeberg, Pennethorne Hugles e Montague Summers.
(p. 21)
{GARDNER, Gerald. A Bruxaria Hoje. São Paulo: Madras, 2003.}
GRANDES NOMES

Doreen Valiente, conhecida sob o nome mágico Ameth (Mitcham, 4 de janeiro de 1922 - Brighton, 1 de setembro de 1999), foi/é uma das mais respeitadas e influentes wiccans inglesas da bruxaria moderna, que estabeleceu relações com várias tradições antigas, incluindo o Gardnerianismo (na qual foi a primeira Alta Sacerdotisa do coven liderado por Gerald Gardner), o Cochranianismo e o coven de Atho (um dos nomes dado ao Deus Cornífero).

Alex Sanders (6 de Junho de 1926 - 30 de Abril de 1988), nascido como Orrell Alexander Carter, foi o fundador da Tradição Alexandrina da Wicca. Os seus seguidores proclamam-no como o Rei das Bruxas.
Conheça Wicca Alexandrina

Janet Owen, mais conhecida como Janet Farrar (24 de junho de 1950) é uma professora britânica e escritora de livros sobre Neopaganismoe Wicca. Escreveu importantes livros sobre os dois temas ao lado de seus dois maridos, Stewart Farrar e Gavin Bone.
Documentário completo na Aba Documentários. Veja!
Autora dos Livros:
Com Stewart Farrar
1981: Eight Sabbats for Witches
1984: The Witches' Way
1987: The Witches' Goddess: The Feminine Principle of Divinity
1989: The Witches' God: Lord of the Dance
1990: Spells and How they Work
1996: A Witches' Bible: The Complete Witches' Handbook (re-issue of The Witches' Way and Eight Sabbats for Witches)
Com Stewart Farrar e Gavin Bone[editar
1995: The Pagan Path
1999: The Healing Craft: Healing Practices for Witches and Pagans
2001: The Complete Dictionary of European Gods and Goddesses
Com Virginia Russell
1999: The Magical History of the Horse
Com Gavin Bone[editar
2004: Progressive Witchcraft: Spirituality, Mysteries, and Training in Modern Wicca

Patricia Crowther (nascida Patricia Dawson, Seffield, Inglaterra, 14 de Outubro de 1927) é umas das figuras mais conhecidas da Wicca, e uma das últimas Sumo Sacerdotisas iniciadas por Gerald Gardner. Após a sua iniciação em 1960, Patricia Crowther trabalhou intensamente na promoção da Velha Religião através de entrevistas com os media, conferências e livros.

Raymond Buckland nasceu em Londres, a 31 de Agosto de 1934. Foi o primeiro bruxo a manifestar-se publicamente como Wicca, iniciado por Gerald Gardner e Lady Olwen, sua última sacerdotisa.
Documentário completo na Aba Documentários. Veja!

Stewart Farrar (28 de Junho de 1916 – 7 de Fevereiro de 2000) era um autor inglês sobre Wicca Alexandrina. Junto com sua mulher, Janet Farrar, ele foi um pagão influente, autor e professor. De acordo com George Knowles, "aproximadamente setenta e cinco por cento dos Wiccanos da Irlanda traçam linhagem até os Farrar". Jornalista, escritor, e veterano da 2a. Grande Guerra, Farrar também publicou vários trabalhos de ficção, incluindo novelas de suspense, sendo que a maioria envolvia temas sobre ocultismo.
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